Por que odeio Paulo Coelho?

Caro Paulo,

Dou a esse texto o título de “talvez”.
“Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, e então veremos face a face; agora conheço em parte, e então conhecerei como sou conhecido”.
Henry Drummond/Paulo Coelho

Essa idéia de permitir-se à crítica negativa é genial. É a sua oportunidade de enxergar os dois lados da moeda – o verso e o anverso – como tudo se processa na existência. Como não lhe conheço pessoalmente, elucubro diversas teorias sobre quem, de fato, é o homem Paulo Coelho.
Talvez seja um personagem bem construído e implantado no imaginário coletivo, carente de respostas sólidas e visíveis. Como este imaginário não as encontra, tenta buscá-las na areia movediça da metafísica.
Refiro-me à metafísica como “areia movediça” sem qualquer intenção jocosa, mas sim, com o intuito de retratar uma área onde nada é certo, tudo é provável. E o que é provável amedronta e pode até impedir realizações mais consistentes.
Talvez , também, Paulo Coelho seja um homem iniciado nas artes misteriosas secretas, ou discretas; isto é, um eterno buscador das respostas não encontradas nesse plano físico tridimensional.
Talvez o Sr. Coelho – assim como o que se esconde na cartola – deva a sua vida de sucesso e de prestígio aos diversos pactos assumidos nesta dimensão, ou em outras, com vistas a - conscientemente ou não – manter o status quo da nossa através de textos tímidos, voláteis, pretensiosamente direcionados à solução de conflitos.
Os conflitos humanos surgem porque, a todo instante, estamos a confrontrar lógicas diversas; a tentar derrubar a lógica do outro e a implantar – pela força, pelo medo, pela culpa ou pela sedução, a nossa lógica. Tal movimento é constante e sem regras. Digo, as regras humanas estão aquem de regerem as lógicas da Criação. É o que se conhece como caos: ou seja, o verso e o inverso.
Assim como o “yin e o yang”, assim como a “cara e a coroa”, a existência é composta por dois universos, os quais não podem ser negados, tampouco anulados. Somos luz e trevas: uma parte não existiria sem a outra. Somos a ínfima lógica da criação, cada um tem a sua. Somos unidades em constante conflito – interno e externo.
Todas essas hipóteses não determinam a resposta para o problema relatado acima: quem é o homem Paulo Coelho? Particularmente, penso que muitos perdem tempo demais ao tentar definí-lo e/ou difamá-lo. Pergunto-me o porquê de tanta renitência para aceitar o Paulo Coelho. Faria, também, a mesma pergunta se não houvesse qualquer atitude de rebeldia contra o seu nome. Como você vê, não tem jeito, o choque das lógicas continua. Era melhor que você tivesse ficado só na música.
Texto elaborado em resposta à pergunta do escritor Paulo Coelho, em seu site.(Por que odeio Paulo Coelho?)

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