O amor















O amor é um dragão feroz e faminto
É um leão, é um rei supremo e distinto

Diapasão da diáspora do meu Eu racional
De supetão, é incômodo, móvel, amoral


O amor é a serpente do éden
Fiat lux sobre a minha semente!
É o todo distorcido, em frangalhos, suprimido
Este amor que não se vê: arde e sente
É amor patrono e total, quase indecente


O amor é tópico frasal sem explicação
É ferida sentida e, aberta, admoesta o coração
Um certo amor é produto da soma dos quadrados
É a hipotenusa da minha solicitude desmedida
Ele complica, enobrece e aflige a minha vida


O ardor maior do amor atinge a carne que, em brasa, se intumesce
É um prazer sonhado e, muitas vezes, disfarçado: sempre duro
Está escondido e mantido pelos auspícios da razão
O amor é a flor na estante do meu peito,
É o quadrado perfeito da minha divisão.


Autor: Gesiel Albuquerque
Do livro: Poesia em folhas
Registrado na Biblioteca Nacional

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