Verdade seja dita

Esta história antiga e repetida sobre a luta entre o bem e o mal já não convence alguns indivíduos mais questionadores e estudiosos. Basta uma análise mais criteriosa, e com base em preceitos científico-quânticos, que perceberemos algo pouco consistente no conjunto das chamadas verdades universais.
Não sou cético, e aviso logo, antes que alguém deturpe as minhas palavras e pense que estou querendo derrocar as bases das crenças religiosas. Aliás, pelas religiões tenho respeito. Mas não aceito muitos conteúdos e dogmas que elas professam.
Voltando ao assunto “guerra entre o bem e o mal”, quero dizer que bem e mal, enquanto forças contrárias, ou energias dissonantes, não existem. O que vale, de fato, são as intenções de cada consciência. Ou seja, o que conta é a mola propulsora da sua caminhada na Grande Obra. E isso em nada tem a ver com crenças, fé ou rituais.
Somos essência única e, do ponto de vista energético, os trabalhadores do bem não se diferenciam dos trabalhadores do mal. Quero dizer, a fonte é a mesma e a energia pulsante é igual. O que muda são as verdadeiras e recônditas intenções que habitam os nossos corações. Os que têm intenções construtivas, ocupam-se da missão de sempre contribuir. Já os que acham que a destruição é a melhor forma para construir, se ocuparão da demolição dos projetos.
Como eu disse, bem e mal não são forças contrárias. A verdade é a seguinte: o fluxo energético funciona como um termômetro que mede os graus de calor ou de frio. Importante: A Física tradicional, através da Termodinâmica, comprovou que não existe o frio, e sim uma condição de menos calor. Isto é, quando você pensa que está fazendo frio, na verdade está fazendo menos calor. Portanto, frio e calor não são temperaturas contrárias; mas sim, a diminuição ou o aumento da mesma temperatura. 

Já se perguntou por que começamos a tremer quando estamos com frio? Porque o corpo precisa gerar calor através da agitação. Assim, num ambiente de baixa temperatura, nosso corpo, involuntariamente, passa a se agitar com muita intensidade, a fim de elevar o calor e não permitir a ocorrência da hipotermia. Com a energia animadora das entidades não é diferente. Em sendo assim, o ponteiro do nosso termômetro irá pender para (+) bem e (–) bem; ou (+) mal e (–) mal, dependendo do que objetivamos fazer e da ecologia do sistema no qual estamos inseridos. E neste contexto, as dissimulações não têm qualquer valor. Ou seja, vale o que somos, e não o que fingimos ser.   
               Digamos, então, que os chamados espíritos superiores estão na extremidade da régua termométrica, ocupando o grau elevado da energia + bem, e consequentemente - Mal. Enquanto isso, os chamados espíritos inferiores (que de inferiores não têm nada, pois são muito inteligentes para destruir), ocupam a extremidade oposta da régua, na condição + mal, e por sequência, - Bem. Reparem que não tem essa lenda de inferiores e superiores. Todos estão em algum nível da régua e são poderosos tanto uns quanto os outros. O que os diferenciam, repito, são as suas verdadeiras intenções.

Se esta não fosse a real condição das consciências neste universo, não haveria qualquer possibilidade de regeneração moral (?) dos mesmos, pois o indivíduo não poderia mudar a fonte da sua energia criadora. Pela visão tradicional, existem seres maldosos e perversos, os quais hasteiam a bandeira do mal. Na visão quântica, estes seres fazem parte do mesmo arcabouço energético em que estão os seres do bem, mas ambos possuem propósitos diferentes.
Isso significa, também, que tanto os seres maldosos podem fazer o bem, quantos os bondosos podem fazer o mal. E eu não estou levando em consideração o contexto de cada realidade. Senão, teríamos que questionar para quem, ou o quê, serviria o bem; e para quem, ou o quê, serviria o mal. Significaria dizer que o mal/bem para uma consciência teria um valor, enquanto para outra, não teria. 
Concluo, então, dizendo que todos temos a força dentro nós. E todos temos os lados sombra e luz, se assim quiserem chamar. Ninguém é totalmente santo e ninguém é totalmente demônio. Esta constatação dependerá das escolhas, das intenções, do contexto, o qual sempre permite mudanças. Porém mudar de intenções sai muito, muito caro; tanto para um lado quanto para o outro. 
Mas não se enganem, um dia o indivíduo cansa de ser bom ou cansa de ser mal. Acredito, entretanto, que mudanças sejam a exceção neste processo. A nossa visão maniqueísta da realidade só nos permite enxergar os dois lados supostamente diferentes: luz e trevas. Mas a realidade é outra: não existe luz sem as trevas e não existem trevas sem a luz, está tudo no mesmo fluxo, e cada uma tem o seu papel na Criação. Verdade seja dita, cabe a nós, consciências, aprendermos a equilibrar estas forças.

Autor: Gesiel Albuquerque

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