Anjos e demônios
Tanto anjos quanto demônios pertencem à mesma espécie astral, e as diferenças entre eles são ao mesmo tempo muito mais simples e complexas do que imagina a teologia cristã. É errôneo, e até perigoso, encarar os anjos automaticamente como “bons” e os demônios automaticamente como “maus”. A melhor descrição das características gerais de anjos e demônios e das diferenças entre eles está num poema em prosa de um grande místico, poeta e pintor inglês do Século XIX, William Blake, chamado “O Casamento do Céu e o Inferno”. Em geral, pode-se dizer que os anjos são convencionais, formalistas. Para um anjo, a letra da lei – qualquer que seja a lei – é sagrada. Já os demônios são criativos, críticos e pragmáticos. Os demônios estão sempre dispostos a interpretar a lei – qualquer que seja a lei – de acordo com a conveniência de cada particular ocasião. Anjos não têm inteligência original: eles são dogmáticos, e escrupulosamente fiéis aos princípios adotados. Um anjo que aceitasse o dogma Ataq