Xadrez: rei morto
Começo este artigo pela seguinte afirmação: nossa existência é semelhante ao que acontece num jogo de xadrez. Tal assertiva a mim me parece inexorável devido ao grau de similitude entre os eventos transcorridos no tabuleiro e aqueles recorrentes em nossa vida.
O xadrez é praticado por milhões de pessoas em torneios nos clubes, escolas ou pela internet. A partida é disputada em um tabuleiro de casas escuras e claras, na qual cada jogador manipula dezesseis peças com diferentes formas e características. O objetivo é alcançar o rei adversário e matá-lo.
Trata-se de um jogo considerado inteligente, que exige do enxadrista muita perícia, paciência, cautela e coragem. Qualquer distração pode levá-lo a se enroscar irreversivelmente entre as peças do seu inimigo e, de lá, não sair até ser derrotado.
Em nossas vidas, a exigência intelectual é igual à cobrada nas partidas xadrezeanas, embora a maioria das pessoas não as obedeça integralmente. Por isso, costumam cair em armadilhas na 3D, onde suas estratégias são destruídas, sendo desfalcadas e tendo minimizadas as suas possibilidades de vitória.
Como nas jogadas sobre a mesa quadriculada, temos a opção de deixar o jogo da vida. No primeiro caso, basta abandonarmos a partida e esta será encerrada. No segundo, a opção é o suicídio, que não é aceito pela maioria dos estudiosos e espiritualistas ocidentais, dos países dominados por dogmas religiosos cristãos. Entretanto, em países como Japão, Suíça e Suécia, esta prática é relativamente freqüente.
O tabuleiro do xadrez é comparado a um campo de batalha na vida real, onde homens, com seus cavalos e peões, apoiados por bispos, damas e rainhas, do alto das suas torres, lutam uns contra os outros dispondo, inicialmente, do mesmo número de combatentes que, aos poucos, vai diminuindo.
As regras desse jogo lembram o nosso plano existencial, com suas centelhas divinas se manifestando, buscando o confronto e o atrito. As regras desse jogo lembram o nosso plano existencial, com suas centelhas divinas se manifestando, buscando o confronto e o atrito. Na batalha real os soldados defendem o seu rei e tentam aniquilar o exército oponente, matando o seu líder maior ao final, o que se convencionou chamar, no xadrez, de xeque-mate: isto é, rei morto.
Na manifestação quântica existencial, o objetivo, em síntese, é também este: lutarmos em prol de alguma causa. Somos soldados mesmo sem usar fardas, já que estamos dispostos a defender o nosso rei; personificado em pai, mãe, filhos, emprego, amigos, bens materiais, a mulher amada, o prefeito, o governador, o presidente e tantos outros. Todas estas peças podem ser, em algum momento, parceiras da nossa luta, ou a força do reinado sobre nós.
Autor: Gesiel Albuquerque
Imagem copiada de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Xadrez
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