Jesus, dos 13 aos 29 anos


Este artigo pode parecer desnecessário ao leitor, pois é sabido que, dos 13 aos 29 anos, há um lapso histórico na vida de Jesus de Nazaré. Nos textos bíblicos, ele é apresentado ao mundo no período compreendido entre o seu nascimento até completar doze anos. Sua última aparição, antes de sumir da história, ocorre num encontro entre ele e os chamados "doutores da lei". Depois disso, simplesmente desaparece sem deixar vestígios.

Após essa lacuna temporal, os evangelistas passam a falar do messias, já com trinta anos, em plena atividade missionária. Acompanhado de alguns apóstolos, ele sai pela Galiléia e adjacências pregando a palavra de Deus.  

As perguntas-chave para esse sumiço, cujas respostas ninguém dá, são: o que Jesus fez nesse período? Onde ficou e por que não deu notícias? Por que os evangelistas não relatam uma linha sequer referente às ações do jovem Galileu no final da sua infância até o vigésimo nono ano de vida?

Existem muitas especulações sobre o tema. Há, inclusive, livros de teólogos e pesquisadores preocupados em esclarecer esta história não revelada. Dentre estes materiais, estão o do autor Carlos Carvalho Cavalheiro, intitulado "O mistério revelado", e o livro espírita do professor Francisco Klörs Wernec, cujo título é "Jesus dos 13 aos 30 anos. Para mim, obras nada convincentes. Preservo, no entanto, o respeito ao trabalho dos seus idealizadores.

As religiões nunca deram respostas às perguntas acima. Os estudiosos ficaram mais no campo das hipóteses que da evidência histórica, e até da comprovação científica. Afinal, por que tanto mistério sobre o paradeiro do nazareno? As omissões promovem uma atmosfera de estranheza aos interessados no assunto. Incomoda, também, a falta de disposição das autoridades religiosas em esclarecer um fato, no mínimo discrepante, sobre a vida de um garoto excepcional para o seu tempo. O que aconteceu? Você sabe? Nem eu.

Por não obtermos respostas, entraremos no terreno das especulações para buscar entender o que houve na vida de uma figura tão magnânima, do ponto de vista da fé e da religião. Então, elucubremos um pouco.

Hipótese Primeira

O pesquisador americano Joseph Atwill (2015) diz que Jesus não passa de um mito. Segundo ele, o personagem, suas palavras e ações fazem parte de uma elaborada narrativa inventada por aristocratas romanos, com o objetivo de pacificar os judeus — um povo envolvido em sucessivas rebeliões contra o império. "Os romanos perceberam que o melhor caminho para acabar com a atividade missionária  fervorosa entre os judeus era criar um sistema de crenças que competisse com o deles", afirmou.
Hipótese Segunda
Jesus não existiu. Tese defendida pelos autores La Sagesse (Jesus Cristo nunca existiu) e H. Wayne House (O Jesus Cristo que nunca existiu). Alguns afirmam que a sua história teria sido a compilação pouco criativa da crença dos povos da época na vinda do cordeiro de deus, conhecido como Mitra.
Práticas e crenças do mitraísmo foram adotadas pelo Cristianismo: entenda-se, Igreja Católica Apostólica Romana. Só para você saber, o aniversário de Mitra era celebrado em 25 de dezembro. A Igreja adotou essa data para celebrar também o nascimento de Jesus. Era costume do catolicismo assimilar elementos da religião pagã e integrá-los ao seu corpus dogmático com o obejtivo de fortalecer a fé dos novos cristãos.

Hipótese Terceira

Dos treze aos vinte e nove anos,  Jesus não quis saber de nenhuma tarefa evangelizadora. Tampouco valorizou as crenças de sua época. O que ele queria mesmo era curtir a vida como todo jovem da sua idade. Para tanto, entregou-se a uma vida desregrada, envolvendo-se com mulheres e bebidas. Esta constatação chocou os escritores cristãos, que resolveram não registrar coisa alguma sobre a sua vida por um motivo óbvio: do ponto de vista mítico não havia o que contar.

Hipótese Quarta

Jesus era um agitador sem correção. Incomadava os poderosos com suas queixas sobre impostos, igualdade social e liberdade de expressão. Apesar disso, tinha uma oratória invejável e proferia palavras agradáveis ao povo. Contudo, foi crucificado antes de completar trinta anos, por ter criticado a moeda do imperador e proclamar-se rei de um certo reino. As autoridades não entenderam a que reinado ele se referia, ficaram furiosas e pediram a sua morte. Assim, na falta de uma história mais amena, a Igreja se viu forçada a fazer da lenda do deus Mitra a vida de Jesus.

Hipótese Quinta

Jesus ajudava o pai na carpintaria e trabalhava como pedreiro nas horas vagas. Como os jovens de sua idade faziam, mas não teve mulheres e nem se entregou a bebedeiras. Isso porque sofria de depressão profunda, o que o isolava de qualquer contato social. Perto de completar 30 anos, foi levado a um curandeiro que o aliviou definitivamente; possibilitando-lhe iniciar a sua pregação pelas terras da Judéia/Galiléia. 


Há indícios, no entanto, de que Jesus tenha sido um homem muito normal do seu tempo; tendo inclusive se casado e tido filhos.

Hipótese Sexta 

Jesus Cristo era um alienígena. Teoria defendida pelos escritores Erich von Däniken, Dom Pugliese, Brad Steiger eRandolph Winters. De acordo com esses autores,  o galileu chegou ao nosso planeta numa nave espacial, tomou a forma humana, evangelizou e depois foi embora. Este processo pode ter ocorrido em dois momentos: aos 12 e aos 30 anos. A Igreja procurou esconder tal fato para não provocar pânico e nem abalar as crenças instituídas.

Hipótese Sétima

Jesus não era de carne e osso, seu corpo era fluídico. Tese sustentada pelo advogado francês Jean Baptiste Roustaing(1805-1879), em seu livro "Os quatro evangelhos". Sendo fluídico, o messias só aparecia aqui nas ocasiões programdas para tal. Aos 12 anos ele sumiu e só voltou aos 30 para concluir sua missão. Por sinal, a publicação desse material fez com que a Federação Espírita Brasileira proíbisse os seus membros de abordar este assunto nas reuniões. Toda venda e divulgação dos livros de Roustaing foram canceladas pela FEB. Allan Kardec (1804-1869) e Roustaing eram inimigos declarados por causa das suas divergências sobre Cristo, Maria e a reencarnação.

Hipótese Oitava

Jesus tornou-se um peregrino. O pesquisador russo Nicholas Notovich (1858-?), autor do livro "A Vida Desconhecida de Jesus", afirma que o mestre nazareno passou 17 anos peregrinando pelo mundo. Neste período, visitou a Índia, o Tibete, a China, a Pérsia (atual Irã), Japão e a Inglaterra. Em cada lugar, ele teria convivido com autoridades de antigas tradições em busca dos ensinamentos de outras religiões e da cultura dos seus seguidores.

Hipótese Nona

Jesus é uma lenda essênia. Para o escritor ateu Alfredo Bernacchi, em seu livro "Sinto muito, Jesus Cristo não existiu" (2003), não há comprovação histórico-científica da existência do nazareno. Após pesquisar materiais em 156 sites, ele conclui que o Cristianismo e Jesus são produto de lendas relacionadas principalmente ao povo essênio.

Conclusão

Posso continuar a elencar diversas hipóteses advindas da minha imaginação, das minhas leituras ou da compilação de textos de autores tão inquietos quanto eu, mas isso não resolverá. Ademais, quem melhor pode elucidar estas dúvidas é o Vaticano, com seus milhares de documentos antigos e secretos. Portanto, não vou continuar com a minha hipoteseologia, pois tudo o que eu disser não passará de exogenesis de um ávido professor em busca da informação fidedigna.

Autor: Gesiel Albuquerque

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